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La Casa de Papel – 4ª Parte | Crítica

A segunda temporada de La Casa de Papel da Netflix não ganhou seus contornos finais, pelo contrário, aprofundou-se arcos, estabelecendo uma possibilidade de conclusão apenas em 2021. Apresentando ações do grupo comandado pelo Professor (Alvaro Morte) em meio ao caos, a quarta parte da produção espanhola passou por momentos insossos. Com um ritmo inconstante, apesar de inteligente, perdas importantes, estórias desnecessárias e escolhas narrativas repetitivas, La Casa de Papel chegou no dia 03/04 a ‘Gigante do streaming’.

Lisboa/Raquel Murillo (Itziar Ituño) detida, Nairobi (Alba Flores) baleada mortalmente, as boas jogadas da Inspetora Alicia Sierra (Najwa Nimri) deixaram o Professor e equipe em maus lençóis e dessa forma foi entregue a terceira parte de La Casa de Papel. E nessa nova jornada, muitos desses problemas são solucionados nos primeiros capítulos dos oito programados, o que é legal, mas, infelizmente, La Casa de Papel apresenta mais do mesmo nessa quarta parte, sem muita novidade, sem a inserção de um novo personagem importante, sem muitas surpresas, e como exemplo disso, temos a pseudocoragem do diretor e showrunner Alex Piña em retirar da série uma figura simpática entre os fãs por  duas vezes, a Nairobi – sinceramente, o problema não reside em matar a personagem, afinal assistimos Game of Thrones da HBO, mas salvaram a moça pra ela morrer depois?! Fala sério – isso é uma breve amostra dos múltiplos deslizes do programa, pareciam que estavam enchendo linguiça, sem objetividade.

Com uma perspectiva difusa e inconsistente, beirando momentos intensos com arrastados e até desnecessário, La Casa de Papel trata o fã como se estivesse numa ‘Montanha Russa’ sem graça, sem vida, e sem paixão, marca da primeira temporada. Com uma empolgação mediana, a atual parte não se encontrou em meio aos episódios mórbidos. E o pior, repete discursos do passado, caindo num vórtice narrativo sem fim. E como podemos validar esse pensamento? Quando olhamos para os maiores desafios enfrentados pela equipe do Professor… Não foram criados pelos agentes públicos, ou policiais, mas pelos próprios criminosos – O surto de Palermo (Rodrigo de la Serna) quase levou a equipe a derrocada, e isso é um grande exemplo.

Mas,… Apesar dos suscetivos erros, a série continua inteligente e ideologicamente forte. La Casa de Papel deixa ainda mais claro que no jogo da vida, heróis e vilões estão numa dança sem fim. E com o dinamismo certo, um leve passo em falso, podemos ver pessoas da Lei, homens comuns, passarem a cometer crimes, torturarem, executarem e até estuprarem alguém, e noutra vertente, vemos bandidos serem ‘éticos’ em seus atos. Entretanto, deixo bem claro que, apesar das ‘boas intenções’ do grupo armado liderado pelo Professor, a perspectiva financeira sempre foi a missão máster, ou seja, ainda continuam criminosos: Esqueçam a possibilidade de subverter o sistema, não é dessa forma que solucionamos os problemas sociais, ou que haverá uma revolução social, pois sempre há outros meios de provocar uma igualdade entre homens.

Com boas atuações, fotografia, som e mixagem de som; e design de produção, La Casa de Papel da Netflix mantém a boa qualidade técnica da série, ou seja, nesses quesitos a produção espanhola não nos deu sustos. Mas, o programa precisa evoluir. Faltou ao roteiro convicção, loucuras, novos argumentos. E é nessa expectativa que esperamos por novos capítulos, esperamos ver mais de La Casa de Papel.

A quarta parte da série, La Casa de Papel chegou à Netflix no dia de Abril.

Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante (...) Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

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