007 – Sem Tempo Para Morrer (2021) | Crítica
Enfim chega as telas do cinema “007: Sem Tempo para Morrer”, da Universal Pictures. O mais novo longa da franquia, e que marca o último trabalho do ator Daniel Craig no papel do agente secreto mais intrépido e charmoso do mundo; que por sinal fecha com chave de ouro.
E dentro desse preâmbulo, vale destacar que no último trailer, tivemos uma singela homenagem à trajetória do ator, onde nos são apresentadas imagens dos filmes anteriores de Craig, remetendo também a suas grandes paixões: Vesper Lynd de Eva Green, em “Cassino Royale” e Madeleine Swann, vivida por Léa Seydoux, em “Spectre”, que a propósito retorna em seu papel no filme.
Trata-se também do mais longo do catálogo de filmes do agente secreto, com 163 minutos, ou seja, 2 horas e 43 minutos, quase três horas de filme; que coloca “Sem Tempo Para Morrer” em primeiro lugar em duração, ante os outros filmes da franquia, visto que “007 – Contra Spectre”, de 2015, protagonizado pelo próprio Craig, ostentou 2 horas e 28 minutos.
O grande antagonista do filme é “Safin”, interpretado por Rami Malek, que guarda ligações com o passado de Madeleine; no entanto há outros vilões, como Ernst “Blofeld” novamente vivido por Christoph Waltz, entre outros.
O elenco conta ainda com as presenças de: Lashana Lynch, vivendo a agente Nomi, a nova 007; Léa Seydoux, de volta como a psiquiatra Madeleine Swann; Jeffrey Wright, como o agente Felix Leiter; Ana de Armas, que interpreta a astuta e divertida Paloma, Ralph Fiennes como “M” e Ben Whishaw no papel de “Q”.
Bond parece estar feliz, e faz planos para o futuro, buscando deixar o passado de lado, mas o passado parece nunca o esquecer. O ato inicial do filme é excruciantemente adrenal, com uma ótima cena de perseguição, que inicia bem, nos dando o tom do filme.
Anos depois o “Comandante Bond”, já inativo do serviço do MI-6, e longe do cargo de agente, procura levar uma vida normal, na distante Jamaica, Porém sua tranquilidade não dura muito, visto seu amigo, “Felix Leiter” (Jeffrey Wright), da CIA, surgir pleiteando sua ajuda, cooptando-o ao resgate de um cientista supostamente sequestrado.
No entanto com Bond nada é fácil, e a missão que começa com um divertido jogo de gato e rato entre Bond e Paloma e a nova 007, para o resgate do Cientista “Valdo Obruchev”, acaba por se tornar algo mais complexo e meticuloso do que o previsto quando é posto em ação o Projeto Héracles, uma arma biológica de destruição em massa, com ligações com o MI-6, Spectre entre outros envolvidos, o que acaba por levar Bond, com a ajuda de seus fieis apoiadores, ao encalço de Safin, o que nos proporciona cenas de ação de perder o folego, como só um filme do 007 pode nos proporcionar.
Em meio a tiros e fugas, ligações de vida e morte e grandes revelações nos são apresentadas.
25º título da franquia, “Sem tempo para morrer” estava inicialmente previsto para 2019, mas precisou mudar de diretor. Em seguida, para 2020, no entanto foi adiado devido a pandemia da Covid-19, situação na qual foi necessário ser protelado por diversas vezes. Outro detalhe importante é que este é o primeiro dos longas do espião britânico a ser dirigido por um cineasta norte-americano, Cary Fukunaga. Também faz parte do time a roteirista Phoebe Waller-Bridge (de “Fleabag”).
Muito se indagou a respeito da substituição de Daniel Craig, que manteve o papel de James Bond por 15 anos, desde de 2006 quando fez “Cassino Royale”, e de lá para cá, encarnou o espião mais elegante e astuto do cinema, em cinco oportunidades. Além deste e do atual, a lista inclui: “Quantum of Solace”, “Operação Skyfall” e “Contra Spectre”.
“Ele levou o personagem, a série, tudo a um lugar tão extraordinário, tão emocionalmente satisfatório que não consigo imaginar Bond depois de Daniel”, afirmou Barbara Broccoli, produtora do filme.
É notório que muitos passaram pelo manto, dentre eles o mais notório, Sean Connery, que nos deixou ano passado. Particularmente, cresci vendo ele, Roger Moore e Pierce Brosnan no papel, mas tendo a concordar com Barbara Broccolli, que os filmes de Craig atingiram um patamar mais elevado no quesito 007, com tramas espetaculares ao mesmo tempo em que o aproximava mais da realidade, humanizando-o.
“Sem tempo para morrer” nos traz um roteiro muito bem amarrado com diálogos eloquentes e por vezes divertidos (ponto pra Phoebe Waller-Bridge), cenários maravilhosos, carros magníficos, figurinos impecáveis, tecnologia e cenários empolgantes, além de um final digno, épico e emocionante para o James Bond, de Daniel Craig.
Classificação:
O filme da Universal Pictures, “007: Sem Tempo Para Morrer” é dirigido por Cary Joji Fukunaga e estreia hoje, 30 de setembro, exclusivamente nos cinemas nacionais.