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Uma Noite de Crime: A Fronteira (2021) | Crítica

O contestado “Uma Noite de Crime: A Fronteira” chegará aos cinemas brasileiros amanhã (02). E sob a ótica esquizofrênica e dissociativa do homem, enxergamos um terrível futuro erguido à sangue, envoltos num regime supremacista e muito próximo de nossa realidade [se você, caro leitor, abrir as páginas de qualquer tabloide local, ou utilizar o seu smartphone para procurar notícias de sua realidade ou de fora do país, veremos que o “Expurgo” já existe, mas com outros nomes]. E o longa da Universal Pictures, em associação a Blumhouse Productions tenta entregar o que promete, mesmo sendo caótico, problemático e “raso”: Entretenimento com requintes de terror ao espectador. Mas será que funcionou?

Pra começo de conversa, não é nada fácil criar todo um universo, ou uma franquia conceitualmente política, são muitas as variáveis no caminho e notoriamente, isso pode influenciar na adesão do público [leia-se sobrevivência da saga…] Adicione a essa inserção de ideias, a exploração psicossomática da violência [Você, claramente, diminuiu o potencial financeiro de uma produção]. Logo, os resultados podem “mascarar” o sucesso ou insucesso de um longa.

A quinta edição de “Uma Noite de Crime” é justamente o exemplo perfeito para esse pensamento neocontemporâneo cinematográfico. Há de agradar uns e afastar outros. Mas, isso não impediu a “compra da ideia” pelo cineasta mexicano, Everardo Valerio Gout. Ele assumiu a responsabilidade e criou o melhor filme da franquia, apesar de “problemático”.

O longa partirá da premissa de que todos conhecem o “Expurgo” – E aqui fica a crítica [Construir um longa baseado em outros sempre é um desafio, por isso indicamos um suposto “vazio” ideológico na trama]. A expressão destacada acima é referente a aceitação dos sentimentos mais selvagem da humanidade, a violência. Num espaço de 12 horas, o cidadão americano estará livre das amarras sociais e legislativas, podendo cometer qualquer tipo de crime, de um mero furto à ações hediondas. Deixando você a par disso, podemos discorrer sobre a aplicação das coisas e dos fatos sobre a trama.

Adela (Ana de la Reguera, “Cowboys & Aliens”) e seu marido, Juan (Tenoch Huerta, “Days of Grace”) fugiram do México, por um futuro melhor nos EUA. E próximo ao dia do “Expurgo”, ambos tentam se abrigar. No dia seguinte, acreditando que o pior havia passado, a “festividade” ganhou um novo status, “para sempre”. E o sentimento de morte, vingança e crimes sem precedentes permeará ideário popular.

A escolha do tema imigração veio bem calhar em “Uma Noite de Crime 5”. A intensão de expor o espirito xenofóbico que levanta sentimentos bem próximo do nazismo e da teoria da raça superior é um indicativo de que a produção está antenada com os últimos levantes em vários países no mundo que aderiram a ideias ultranacionalistas e de extrema direita [muros foram criados]. Aliado a isso, temos uma trama intensa, dinâmica e de “tirar o fôlego”. E sobre o assunto, cabe um elogio: Do inicio ao fim, a estória literalmente não para. O sentimento angustiante torna-se uma verdadeira dádiva, principalmente quando houve a inserção inteligente de “jump scare’s”.

No entanto, o roteiro possui erros grosseiros, situações que não seriam solucionadas numa conversa simples, ocorreram [e isso pode incomodar, mas o entretenimento compensa]. Além disso, é interessante destacar que a franquia encontra-se saturada [ou seja, nada de novo foi acrescentado].

Enfim, com boas atuações, cenas de ação impactantes e ligeiramente bem produzidas [teve um dedinho de Michael Bay (“Transformes”) aqui], podemos classificar, sem hesitação que “Uma Noite de Crime: A Fronteira” da Universal Pictures como o filme mais robusto da franquia. Um misto interessante entre gêneros importantes do cinema [ação e terror]. Portanto, vale à pena assistir, principalmente nos cinemas, onde a mixagem e edição de som são bem construídas.

 

Classificação:

O longa da Universal Pictures, “Uma Noite de Crime: A Fronteira” estreia nos cinemas nacionais amanhã (02).

Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante (...) Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

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