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Duna (2021) | Crítica

A expectativa para a produção da Warner Bros., “Duna” era enorme. Afinal, o filme baseado no romance de ficção científica homônimo do escritor Frank Herbert possuía nomes de “peso”, diretor espetacular – Denis Villeneuve (“A Chegada”) e muita grana a ser investida. No entanto, quando não bem encaixado, quando não bem conduzida, tais ferramentas de nada valerão.

“Duna” apresentou problemas sérios em sua história. A dupla de roteiristas Eric Roth (“Forrest Gump – O Contador de Histórias”) e Jon Spaihts (“Passageiros”) tentaram impor a trama uma forte narrativa, mas o que entregaram foi uma dose carregada de informações superficiais e vazia no conteúdo. Noutros momentos, você não entendia bem qual era a premissa ou no que daria os argumentos deles. Ou seja, visualizamos um “Duna” confuso e pouco inspirado. Até a alegoria por detrás da trama ficou em segundo ou quem sabe, em terceiro plano.

Por outro lado, é a direção de Villeneuve que sobe o tom da produção. Com um visual, uma fotografia belíssima, “Duna” é tecnicamente superior.  Feito especialmente para o cinema – é aquele típico blockbuster de arrancar suspiros -. Quanto aos demais componentes, vimos o som, a mixagem de som, edição e os efeitos visuais “gerando na alta”. O que, certamente, deve render indicações ou vitórias no Oscar 2022.

As atuações dos grandes astros no filme da Warner foram ligeiramente questionáveis, talvez pelo comprometimento esquizofrênico da história em si, no entanto é impossível não observar o quanto Timothée Chalamet é bom no que faz – esse jovem ator que não tem pressa alguma em vestir um traje super heroico.

Obviamente que nem toda história precisa ser bem explicada, mas precisa ser bem contada, e “Duna” não foi isso. Teimo a sugerir que esta obra, quando comparada a de David Lynch, em 84, foi bastante inferior nesse sentido. Gosto quando o filme ele é bem resolvido por si só, os principais arcos são fechados, mesmo deixando bons ganchos. “Duna”, de Villeneuve, foi concebido primordialmente em duas partes. Com a pandemia, as informações mudaram, mas “no ar” ficava a impressão de que se o filme fosse bem nas bilheterias, o diretor voltaria para trabalhar num segundo. E pelo o que vimos, o longa corre sérios riscos de não voltar deixando “em aberto” a sua fraca narrativa.

O universo de “Duna” é um dos mais incríveis e imponentes da cultura pop e extrai-lo, respeitando a sua essência, seria algo formidável, e quando visualizamos o filme que estreia amanhã (21), entendemos o quanto ele foi subestimado e subutilizado.

 

Classificação:

Sob o comando de Denis Villeneuve, “Duna” da Warner Bros. estreia amanhã (21) nos cinemas nacionais.

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