Super Crooks – 1ª Temporada (2021) | Crítica
Advindo do universo O Legado de Júpiter, do famoso escrito Mark Millar em parceria com Leinil Yu, Super Crooks explora os poucos vilões apresentados na série live-action da Netflix. E traçando comparações entre ambos os produtos, é impossível não enxergar as suas semelhanças e suas grandes diferenças no quesito qualidade. Enquanto a primeira respirava o glamour do grande investimento do streaming e encontrou o fracasso no caminho – posteriormente cancelada; a segunda, com a simplicidade que o gênero permite, foi mais eficiente, mesmo com irregularidades textuais.
O agora gênero, super-heróis, pode ter atingido o ápice como produto, o que dificulta a inserção de novas editoras nesse multimilionário mercado. A Marvel e a DC praticamente monopolizam as prateleiras e os fãs, pensar fora dessa “caixinha”, é quase impossível. Essa argumentação, foi um dos muitos motivos de O Legado de Júpiter não ter emplacado. E isso também poderia ser argumento para Super Crooks, mas não. Afinal, subverter velhos conceitos pode ser o caminho, vide Deadpool, O Esquadrão Suicida, Guardiões da Galáxia, Invencível e tantos outros.
Bom, mas precisamos falar do anime em si. Super Crooks é uma produção que traz um grupo de vilões protagonizando um grande roubo ao ex-líder da Rede, o Bastardo. Liderados por Jhonny Bolt, a “bizarra” equipe tenta se acomodar, se encaixar, encontrar o seu próprio caminho e vencer tanto heróis quanto outros vilões.
Textualmente, a animação não é homogênea. Possui lá seus altos e baixos: Há episódios interessantes e abaixo do esperado. Portanto, nada de cravar altas notas ao programa da Netflix. No mais, aqui, bem diferente do live-action, os personagens são carismáticos – lógico, uns mais que outros – mas no todo, eles funcionam. Millar eYu tentam criar no público uma pseudo-percepção de profundidade e empatia… E funciona! O anime possui traços legais e bem condizentes com o gênero, mas nada inovador.
Bem dirigido por Motonobu Hori, o anime consegue se aproveitar das falhas do Millarverso, potencializando os bons efeitos, os transformando em algo ligeiramente surpreendente. No entanto, para se deixar bem claro, é impossível crer que Super Crooks consiga salvar todo àquele universo. Como produto isolado, ele alcança seus reais objetivos, como elemento compartilhado, não. Vale também frisar que a proposta da animação também não é inovadora, lembra muito a franquia Onze Homens e um Segredo. Mas enfim… é legal de acompanhar. Resta saber se haverá continuação.
Classificação:
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A primeira temporada da série animada Super Crooks possui 13 episódios, todos no catálogo da Netflix.