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Gavião Arqueiro – 1ª temporada (2021) | Crítica

São muitas convenções adotadas pela nova série da Marvel, focada em Gavião Arqueiro ou Clint Barton (Jeremy Renner), popularizado nos filmes dos Vingadores. Uma trama família, ambientada no Natal. A passagem de cetro, ou arco, de um herói veterano para uma jovem promissora, em maior sintonia com o público atual. A construção de um cenário complexo de tramas e coadjuvantes para os protagonistas. A adaptação de uma das fases mais aclamadas do personagem nos quadrinhos, do roteirista Matt Fraction, em que o foco são os heróis em situações mais de rotina. O resgate de personagens apresentados antes, em outros filmes e séries da Marvel, numa grata surpresa para o público, sem se distanciar do universo fantástico de super heróis.

O difícil é manter a atenção da audiência numa trama mais urbana, depois que o Universo Marvel explorou, em outras obras, situações mais fantasiosas, cósmicas, multidimensionais ou conflitos políticos em escala global. A expectativa do público vem ganhando proporções cada vez mais amplas e isso não ajuda a série Gavião Arqueiro. Mas a chegada da jovem mimada e obcecada, Kate Bishop, ganha o público com o carisma da atriz Hailee Steinfeld e as preocupações da personagem jovem e teimosa que se mete onde não é chamada.

Esse comportamento coloca Kate em conflito na Faculdade, com a própria mãe e o padrasto suspeito, além de chamar a atenção do Gavião. Mas ele não fica nada satisfeito com as intromissões da garota, muito menos, os antagonistas da Gangue do Agasalho. Gavião sabe dos problemas que precisa enfrentar, mas sua maior preocupação é voltar para a própria família, antes do Natal. Uma promessa que ele fez aos filhos. Entre altos e baixos, os episódios conseguem construir alguns personagens que são melhor desenvolvidos, enquanto outros ficam no limite do superficial.

Barton procura manter um ar de mistério e distanciamento, enquanto Kate brilha e rouba a cena, sendo a jovem atrapalhada, teimosa e insegura, obcecada pelo Gavião, a ponto de dedicar a própria infância a ser tão boa arqueira quanto seu herói. Essa situação inesperada é desconfortável para Barton que tenta, a todo custo, fazer a jovem desistir de seus planos de ser uma heroína sem poderes. Ele sabe os riscos e sofre a dor da perda. Tal perda torna-se ainda mais dolorosa com a chegada da nova Viúva Negra, Yelena Belova (Florence Pugh), esclarecendo mais sobre o que aconteceu com a personagem, após o filme solo da Viúva. Outro personagem importante e vilão icônico, surpreende e faz uma grande participação, na interpretação de Vincent D’Onofrio.

A série diverte do início ao fim, sem grande compromisso, tendo boas cenas de ação. Mesmo com grandes forçadas de barra, exageros e sequências absurdas, típicas do gênero, como um dos conflitos finais repleta de caminhoneiros que não tem nenhum sentido estarem onde estão, a não ser servirem de grupo vilão para enfrentar os protagonistas, em pleno cartão postal de Nova York, com direito a escalada da mega árvore de natal, diante da pista de patinação. A série tem até lutas de mentirinha fingindo que representam algo no desenvolver da trama. E nada feito. Por fim, vale a pena conferir, para se divertir com o passeio e conferir alguns personagens que vão dar o que falar em futuras produções.

 

Classificação:

Veja também, algumas nossas ligadas ao MCU:

Com seis episódios, Gavião Arqueiro encontra-se exclusivamente na Disney Plus.

As artes se unem para celebrar a grandiosidade da Sétima Arte e representar a vida, a 24 quadros por segundo. Por isso, o cinema é tão relevante para a Cultura Pop. Siga o Instagram @ronilsonaraujocine

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