Nem todos conseguem voltar ao passado e lograr êxito em sua proposta. O desafio foi lançando, Matthew Vaughn (“X-Men: Primeira Classe”) aceitou o convite em comandar King’s Man: A Origem. O prequel da 20th Century Studios tem a missão de contar o surgimento do serviço secreto independente, pacífico e apolítico que foi tema em dois bons filmes da franquia. Será que conseguiu o feito, ou podemos jogá-lo no hall dos fracassados? Vamos ao texto…
A premissa é muito parecida com outras obras que levam ação ao mundo da espionagem. Temos uma “gama” de produtos nesse sentido, o mais famoso é James Bond, o 007. Com uma linguagem mais intuitiva, plural, Kingsman tentou encontrar um espaço nesse universo e foi feliz. Vaughn apoiou-se em dilemas inteligentes, textos “deliciosos”, equipes e vilões formidáveis para seduzir o público. Mas daí, voltar a origem. Seria uma desafio ainda maior. E foi uma ótima decisão.
Apoiando-se na história da humanidade – a Primeira Grande Guerra – King’s Man: A Origem é uma obra cinematográfica DELICIOSA DE SE ACOMPANHAR. O roteiro de Vaughn, Jane Goldman e Karl Gajdusek criam um ambiente hostil e surreal dentro de um realidade deturpada que levou as grandes nações no começo do século passado a guerra, e isso contado de maneira relevante com requintes de maestria, obscurantismo e paranoia. Eles foram felizes em cada inserção textual, em cada núcleo, aproveitando-se bem do conhecimento do público. Nada foi lançado fora e tudo foi SOBERBAMENTE ÚTIL.
Capitaneado pelo gigante britânico Ralph Fiennes (“Harry Potter”) e ótimo elenco, o longa da Disney foi POETICAMENTE conflitante, desconfortável e CONFORTÁVEL na mesma medida. As cenas de ação foram belíssimas, com destaque a luta entre o Duque de Oxford (Fiennes) o Monge russo Rasputin (Rhys Ifans) – Esteticamente belíssima -. Vale salientar que King’s Man: A Origem também contou com um figurino e designer de produção ligeiramente interessantes.
No entanto, o filme não é perfeito. Ao pontuarmos as benesses, não esqueçamos a escolha equivocada pelo irreal noutras cenas de ação, o que tira o peso da dramaticidade na produção. Soma-se a isso a falta de conectivos entre o segundo e terceiro ato, acelerando o projeto numa outra frequência – Incomoda? Sim! Mas o longa não deixa de ser APAIXONANTE.
King’s Man: A Origem é uma ótima homenagem a franquia de filmes lançados em 2014 e 2017. Respeitando o material original, buscando a essência do departamento fictício inglês, o longa é um ENTRETENIMENTO INTELIGENTE. Ele funciona de maneira independente na mesma medida que o universo compartilhado da saga. King’s Man é eficiente em sua premissa, fomentando e acenando para o velho e novo público, e quem sabe, os preparando ao por vir.
Classificação:
Leia algumas críticas nossas:
Sob o comando de Matthew Vaughn, o longa da 20th Century Studios estreia em 06 de janeiro, exclusivamente nos cinemas.
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