Apresentando os Ricardos (2021) | Crítica
Em uma dinâmica intensa e muitas vezes exaustiva, o cinema que Aaron Sorkin escolheu levar para a tela se tornou um tanto quanto característico e expressivo ao ponto de que nem importa muito que seu nome apareça nos créditos iniciais para saber que estamos diante de um filme comandado pelo mesmo.
São 11 anos que distanciam Apresentando os Ricardos para A Rede Social (esse segundo responsável pelo pico de popularidade que o roteirista, e agora cineasta, alçou em Hollywood) e é óbvio o que ambos os filmes, assim como toda a filmografia do Sorkin, têm em comum: uma verborragia ofegante.
Acompanhar uma semana do casal mais famoso dos anos 50 dos EUA até que segue uma estrutura interessante que emula as divisões temporais de um roteiro. Mas estamos diante de uma eterna e exaustiva DR onde o casal destrincha de todas as formas sua relação em meio de diálogos. E esses diálogos não conseguem distinguir muito a personalidade de cada um por estarem sempre no mesmo nível de mentalidade.
Não que as atuações sejam de se jogar fora, mas percebe-se que os atores não são bem aproveitados por conta do roteiro que de tão metódico acaba tornando o filme mais um exercício de atuação do que uma experiência fílmica.
A diferença seria grande se um diretor experiente estivesse no comando. Os roteiros de Sorkin funcionam nas mãos de cineastas práticos porque eles têm consciência que filmes são como montanhas-russas e nem todo momento precisam ser grandiosos porque grandes momentos juntos se tornam apenas momentos iguais.
Faltou a mão firme de um David Fincher ou um Danny Boyle, por exemplo, para que as excelentes atuações de Nicole Kidman e Javier Bardem tivessem o verdadeiro impacto que todos que divulgam o filme dizem que elas têm.
Classificação:
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