REACHER – 1ª Temporada (2022) | Crítica
Obviamente eu já havia assistido aos filmes do personagem, outrora interpretado por Tom Cruise, seja em Jack Reacher: O Último Tiro (2012), do diretor Christopher McQuarrie (do qual tenho ótimas lembranças), ou em Jack Reacher: Sem Retorno (2016), de Edward Zick.
Tomando como base da trama o enredo da obra: “Dinheiro Sujo” (Killing Floor), que fora efetivamente o primeiro de muitos romances do personagem, criado por Lee Child, a temporada debutante do herói, a priori, nos leva a crer tratar-se de uma trama extremamente complexa; porém com o decorrer da série e dos episódios, nos deparamos com muitas reviravoltas e revelações entregues de bandeja e muito convenientes, distribuídas por seus oito episódios; denotando na verdade a simplicidade de um roteiro preguiçoso.
A trama inicia-se com Jack Reacher chegando na pacata cidade de Margrave, na Georgia, sendo de pronto, preso por um assassinato que evidentemente não cometeu, o que dá início a uma série de investigações conduzidas por ele e pelos policiais daquela cidadezinha.
Reacher é o mais puro e completo estereótipo do velho Brucutu: um gigante super ágil, carismático, de raciocínio rápido, canastrão charmoso, munido de um instinto quase sobrenatural de investigação, além de ser bem irreverente em determinados momentos. Ritchson, velho conhecido de diversos filmes e séries, a exemplo de: Blue Mountain State, onde interpretou o hilário Thad Castle ou em Smallville, no qual foi o Aquaman e mais recentemente como o Rapina em Titãs, dessa vez foi acertadamente escolhido para o papel do protagonista da série Reacher, exclusiva da Amazon Prime Video; visto o personagem da obra original realmente ser um loiro, forte de 1,95m.
Na escalação do elenco contamos também com Malcolm Goodwin como o detetive Finlay, um cara correto que junto a Reacher se vê em voltas com o desencadear de acontecimentos que se desdobram na cidadezinha na qual ele fora lotado recentemente; bem como Willa Fitzgerald, interpretando a astuta Roscoe, uma policial que além de denotar-se muito sagaz em determinados momentos, fugindo ao batido estereótipo de “mocinha em perigo precisando ser resgatada”; que, além de ser a primeira a dar o benefício da dúvida ao custodiado Reacher (assim que ele é detido), em determinado momento passa a ser o par romântico do protagonista. Temos também participações de Bruce McGill, Kristin Kreuk, Harvey Guillén, Willie C. Carpenter, entre outros.
Muito da série nos conduz a tramas de filmes de ação dos anos 80/90; porém com a inclusão de temas atuais e bastante relevantes, como: maus tratos a animais, abuso de poder, misoginia, corrupção, entre outros; tratados com bastante sensibilidade. Porém a narrativa arrastada cansa em alguns momentos e mostra o quanto o roteiro peca ao tentar adaptar a obra em seus pormenores a um outro tipo de mídia, na qual acaba por tropeçar em informações demasiadas, tirando por certos momentos, o foco da investigação e dos momentos de ação.
Sem dúvidas a minissérie é divertida, porém não é só de divertimento se faz uma série de ação. Diante da simplicidade do roteiro, é evidente que a série suporta-se no carisma de seus protagonistas, bem como em algumas das cenas de ação, afinal, é notório que o intuito da nova adaptação e trazer um ar ”pulp” característico dos contos publicados por Child, dando mais enfoque na veia aventuresca, munida de tramas simples e solúveis, que trazem consigo o ar pueril daquele tipo de publicação.
Na verdade trata-se de uma bela manobra do showrunner Nick Santora, que nos presenteia com uma série porradeira, ao bom estilo anos 80/90, fazendo de “Reacher” algo bem agradável de se assistir. E com a boa aceitação da série, a segunda temporada já está devidamente confirmada. Como “easter egg”, o autor Lee Child, aparece no episódio final; fiquem atentos.
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Renovada para mais uma temporada, “REACHER” encontra-se exclusivamente na Amazon Prime Video.