Surpreendentemente balanceado. Na química, a expressão descrita ao lado indica uma ação provocada uma acomodação espontânea ou não das partículas, átomos, substâncias ao equilíbrio.
O mais novo filme da DreamWorks Animation, “Gato de Botas 2: O Último Pedido” comunga desse discurso. Pois, Bob Persichetti (“Homem-Aranha no Aranhaverso”), diretor do longa, apresenta e propõe uma animação com elementos criativos e complexos, em certos momentos antagônicos, na mesma medida do surreal, tornando a experiência do espectador num deleite puramente linguístico, quando não visual.
Deixe-me explicar: Persichetti utiliza-se da fábula colorida, ‘fofa’ e de traços marcantes para criticar a nossa sociedade (Team Cachinhos de Ouro), os meios de produção e acúmulo de bens de capitais (Team João Trombeta), e claro, o nosso EU/Indivíduo (Team Gato).
No entanto, é necessário eu te inserir nesse universo: Após perder 08 das 09 vidas, o Gato de Botas escolhe a reclusão à sua própria existência – o que, naturalmente, o levará a uma crise existencial interessante para nós avaliarmos a humanidade nesse quesito. Porém, uma nova jornada mudará a forma de como enxerga o mundo e a si próprio.
Essa confluência de significados palpáveis e ocultos tornam a trama maior do que ela é. Persichetti não se deixou levar pela franquia Sherk tão somente como uma muleta velha e surrada, pelo contrário, utilizou essa máxima para angariar prestígio e o coração do público. Aliás, “Gato de Botas 2: O Último Pedido” conversa com todas as idades – e isso, é o esmero, o cuidado da equipe produtiva da Illumination com o fã da saga. O diretor foi preciso, pontual e assertivo quando buscou tais referências.
Contemporâneo, atual, o longa animado da Universal Pictures é diversão garantida. Além de contar uma ótima dublagem, trilha sonora e fotografia, o filme possui traços belíssimos. A presença da equipe vencedora do “Homem-Aranha no Aranhaverso em 2018″, tornou a trama num espetáculo a parte. Os requesitos técnicos devem alçar “Gato de Botas 2: O Último Pedido” em um candidato fortíssimo ao Oscar desse ano. O embate será contra outra boa obra, “Telegram