A queridinha dos anos 90 e 2000, deu as caras novamente. Paulatinamente as comédias-românticas tem retornado ao centro do universo cinematográfico, como uma conduta cíclica mas natural das coisas. E a aposta da vez é o longa Netflix, “Na Sua Casa ou na Minha?”, estrelado por dois artistas promissores daquela geração, Reese Witherspoon (“Legalmente Loira”) e Ashton Kutcher (“Dois Homens e Meio”; “O Rancho”).
A trama é extremamente previsível, mas não menos interessante. Nela, Debbie (Witherspoon) e Peter (Kutcher) são grandes amigos – relação que surgira após uma única noite amorosa entre eles. Com estilos de vida bem diferentes, Debbie precisará do apoio de Peter para concluir um curso na área contábil em Nova Iorque, enquanto ele, de férias da profissão, ocupará o espaço deixada por ela na Califórnia, cuidando do filho da primeira. É nessa mudança de rotina, que ambos encontraram a verdadeira jornada de uma vida: a busca por um amor.
Apesar de bem construídos nos dois primeiros atos, os textos de “Na Sua Casa ou na Minha?” não são originais. Aline Brosh McKenna (“Uma Manhã Gloriosa”; “Vestida Para Casar”) que dirige e escreve a trama é senhora daquele subgênero, conhece os atalhos do campo, sabe das fragilidades e forças, mas não imprime tais conceitos no final da produção. A resolução da maior aresta do filme é resolvido num momento de maneira simplista, sem vida e quase de maneira opaca. Deixando o telespectador quase inconsciente pela condução do derradeiro ato. Logo, não há como inferir e não argumentar sobre o desequilíbrio textual existente.
Dos nossos protagonistas, quase nada relevante é extraído, Witherspoon e Ashton Kutcher estão extremamente confortáveis com os papéis, que em algum momento, lembram coisas de seus passados. Essa ‘facilidade cognitiva’, de certo modo, empobrece a trama. E como de praxe, poucos são os secundários importantes. Destacamos, apenas, Zoe Chao (“Depois da Festa”; “Love Life”).
Nos requisitos técnicos, “Na Sua Casa ou na Minha?” vai bem, sem grandes celeumas. Com boa fotografia, trilha sonora e designer de produção, o filme se sustenta puramente pelo entretenimento – e repito – gerado nos dois primeiros atos. Você que ama comédias românticas deve também sentir-se atraída por esta, que apesar de não ser perfeita, ilustra bem o quanto desejávamos por produções assim, que nos levam a assistir juntinho de nossos amores.
Cinema, tipo pipoca, resume bem o que foi “Na Sua Casa ou na Minha?”. Sem grandes desafios ou dilemas, o filme encontra-se na Netflix. E merece ser visto como o é. Divirta-se acompanhado a jornada de Debbie (Witherspoon) e Peter (Kutcher) ante o ser quase incontestável que é o amor.
Classificação: 
Leia também, outras críticas nossas:
A comédia romântica “Na Sua Casa ou na Minha?” escrita e dirigida por Aline Brosh McKenna encontra-se no catálogo da Netflix.
