O cinema de horror espanhol tem se destacado muito nos últimos anos trazendo produções que, literalmente, nos deixam grudados na cadeira de tanta tensão. Filmes como “A Espinha do Diabo (2001)” de Guilhermo Dele Toro, “REC (2007)” de Paco Plaza e Jaume Balagueró, “O Orfanato (2008)” de Juan Antônio Bayona e “Os Olhos de Julia (2010)” de Guillen Morales são apenas alguns exemplos da excelente safra de filmes de horror vindos da Espanha.

Geralmente, esses filmes focam numa estética macabra e totalmente voltada pro chiaro escuro ao mesmo tempo em que, desenvolvem o medo do sobrenatural e tbm, as inquietações e as fobias dos personagens, fazendo com que esses filmes se tornem uma referência no gênero. Mas, infelizmente, nem tudo são flores e “A Primeira Comunhão” de Victor Garcia (Hellraiser : Revelação e Espelhos do Medo 2) não é tão bom quanto os filmes citados no início desse texto.

A trama se passa na segunda metade dos anos 80 e é uma variação da conhecida lenda urbana da Mulher de Branco, que toda cidadezinha do interior já ouviu falar. Depois de uma balada, duas amigas Carla (a insossa Carla Sampra) e Rebe (a surpreendente Aina Quinones), estão voltando pra casa com dois amigos quando vêm uma menina com um vestido branco de primeira comunhão no meio da estrada e resolvem investigar. Essa investigação leva as jovens ao encontro de uma antiga boneca, que parece ter ligação com a menina da estrada. A partir de então, elas passam a ter visões macabras e tbm, marcas misteriosas na pela.

A grande verdade é que, a trama de “A Primeira Comunhão” é um grande amontoado de clichês que lembram outros filmes muito melhores do que ele como “Ringu (1998)”, “Invocação do Mal (2012)” e o recente “Noites Brutais (2022)” só pra citar alguns exemplos. Aliás, o filme tem a cara de pau de copiar o final do clássico “Ringu de 1998” (é sério… A cena no fundo do poço com a Sadako e a protagonista é igual), sem o mesmo brilho do original do grande Hideo Nakata.

Apesar de todos os clichês que o filme tenta desesperadamente copiar, o diretor Victor Garcia se mostra muito seguro em seu ofício apresentando uma ambientação sombria com alguns (bem poucos, é verdade) momentos tensos, principalmente quando a trilha sonora está em maior evidência. Aliás, a trilha sonora é o maior destaque do filme.

No entanto, o filme falha em sua principal intenção…. Ou, pelo menos, naquela que deveria ser a sua principal intenção…. Ele não dá medo. Nenhum susto, de fato funciona em tela. E olha que o filme apela pra todos os tipos de sustos… Jump scare seguido de um barulho ou música alta, objetos que se movem sozinhos, a entidade contorcionista do mal que só grita e pra piorar, o filme tem aquele que, talvez o seu principal problema…a maquiagem da “criatura” é muito ruim e simplesmente não funciona… mesmo com o diretor mostrando muito pouco a sua criação.

O filme, infelizmente não inova em nada… Nem em estética, (em nenhum momento é aproveitado o clima oitentista do filme), nem em roteiro (tão clichê que chega a ser vergonhoso) e principalmente, nem no próprio terror… Muito pelo contrário. “A Primeira Comunhão” é um filme que depõe contra o excelente cinema de horror espanhol que já nos assustou tanto nos últimos anos.

 

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Da Paris Filmes, chega hoje (30) nos cinemas, o terror “A Primeira Comunhão”, do diretor Victor Garcia.








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