Após 2 anos e meio de produção e alguns adiamentos de sua estréia, teremos, enfim, o aguardado “Creed III” – franquia sucessora natural do legado Rocky – que inicia seus primeiros passos em “direção” a sua independência – É fato notório que Sylvester Stallone não estaria no elenco em “Creed III; abrindo caminho pra seu sucessor.

Legado esse que por si só carrega a responsabilidade de honrá-lo; e creio haver sido essa a ideia proposta do novo filme. E como era de se esperar, Michael B. Jordan conduz o novo capítulo da franquia Rocky Balboa, agora sem o Rocky! Estreando na direção, na pele de um de seus personagens, o já icônico Adonis Creed.

Como seria lutar com alguém que não tem nada a perder? Essa é uma das premissas de Creed III.

Adonis, herdeiro de Apollo Creed, ex-Campeão dos pesos-pesados, se vê em meio a resultados de escolhas do passado, que ressurgem para assombrá-lo. Hoje aposentado e agenciador de novos campeões, Adonis leva sua vida de pai/esposo e de empresário a frente da Creed Athletics. Porém, é surpreendido certo dia por alguém de seu passado, que o remete a um momento doloroso de sua vida o qual necessitará encarar.

Unindo sua experiência pessoal cinematográfica e de estética, (como por exemplo, referência de animes conhecidos) para criação de sua narrativa, Jordan traça uma fotografia distinta dos longas anteriores da franquia, com planos fechados, dando uma sensação de confinamento; em ótimos enquadramentos aproximados, que nos permite sentir os olhares e emoções dos personagens, bem como adentrar em seus pontos de vista.

Há porém, a questão do roteiro do filme se comportar de maneira preguiçosa. Já tão batido, que demostra-se como a âncora de Creed III. Apesar de bem produzido, o longa da MGM peca na originalidade. É notório que “Creed – Nascido para lutar” e “Creed II”, buscaram emular os sucessos que foram Rocky – Um lutador e Rocky IV; respectivamente; e de certa forma senti um leve déjá vú de Rock III, afinal a ganas de Nate em se provar campeão lembra muito Clubber Lang. E as “coincidências” não param por aí: Além do fato de agirem ambos quando Rocky e Adonis estão afastados dos ringues e bem sucedidos, o modus operandis de provocações e difamação pela mídia é bem parecido.

Deixando “Rocky III” de lado, outra falha do roteiro é adentrar em questões relevantes da vida do personagem, que depois são relegadas a segundo plano, esquecidas e até se perdem em meio à narrativa consolidada da trama: Conflito, Negação, Preparação e Combate. Mas isso de maneira alguma desmerece o filme. Houve também bons acertos nessa estréia de Jordan como Diretor.

A técnica empregada na produção das lutas foi impecável, aproximando-as da realidade, dando assim mais credibilidade as cenas e diferenciando o longa dos outros filmes da franquia. B. Jordan empenhou tempo e esforço na qualidade dos embates, filmando muitas das cenas de diversos ângulos diferentes, buscando os melhores takes.

Outro ponto alto do filme é o personagem de Jonathan Majors, que foi quem definitivamente roubou a cena; e não vejo isso com maus olhos, afinal, filmes de embates necessitam de bons oponentes, e isso Nate é. As expressões do ator dão um ar perigoso ao personagem; que sente-se preterido e vem em busca de sua posição de campeão, que outrora lhe foi privada, e fará o que for preciso, custe o que custar; o que o torna um oponente inesperado e ardiloso.

Por fim aparenta muito um toque de Coogler, somada a autenticidade de B. Jordan, que driblou inexperiência com sagacidade e consegue entregar algo bem autêntico. Como fã incondicional da franquia Rock, confesso haver sentido falta, do velho Balboa, mesmo que se esgueirando nas sombras, como em “Creed II”, com suas pérolas de sabedoria, mas compreendo que inovar é interessante para a franquia, e que muito foi revelado do próprio personagem e seus enlaces familiares.

E como bem disse certa vez um amigo:

– Os filmes de Rocky não são filmes sobre luta, são filmes sobre persistência, superação e acima de tudo, sobre família!

 

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