Grandioso. Talvez seja essa a palavra que imprima bem o que é “John Wick: Baba Yaga” da Paris Filmes. Nascido de maneira genial, todo o universo criado por Chad Stahelski ganhará contornos épicos, necessários e conclusivos para este que é o último e quarto capítulo da franquia original, encerrando assim, a saga heroica de Keanu Reeves à frente do papel principal.

Uma grande ópera. Wick deve levar a guerra a alta cúpula para evitar que mais amigos seus morram nessa nova jornada. E como esperado, a tarefa não será nada fácil. O diretor Derek Kolstad conseguiu elevar o nível dos desafios e cenas acrobáticas do filme – apesar dos recursos e inventividade estarem quase escassos, confesso que Kolstad tirou alguns coelhos da cartola proporcionando, portanto, entretenimento de qualidade-. Mas como ele conseguiu isto? Bebendo de uma fonte quase inesgotável, a cultura oriental. É possível, pois, ver e sentir traços – numa complexa sinestesia – do poder extraído das animações japonesas. Os embates, por exemplo, lembravam as grandes batalhas vistas em ‘Os Cavaleiros do Zodíaco’ e ‘Dragon Ball Z’. E sim! Eram propositais.

Inspirado, Kolstad parecia ter apenas um único objetivo aqui, contar a história de um homem capaz de vencer o sistema com muito foco e sede de justiça. E como pano de fundo, veremos nesse novo capitulo uma ‘Paris cyberpunk’… Mistura estranha, né?! Mas interessante.

Escrito por Michael Finch e Shay Hatten, “John Wick: Baba Yaga” possui uma estética simplista mas repleta de meandros. Essa mistura nada homogênea em um filme de ação torna o produto final, quando bem feito, em algo quase soberbo. É verdade que o primeiro ato tornou-se muito longo, podendo comprometer todo o resto por criar um ambiente arrastado na trama, mas acredito que tudo representava a despedida do personagem junto ao público e a franquia.

Muitos podem falar sobre a violência presente no filme, mas não a considero um problema, pelo contrário. Acredito que a usam como ferramenta caricata e despretensiosa para atingir o objetivo final: Valorizar as atuações dos coreógrafos e dublês em meio ao entretenimento.

Outro ponto favorável para John Wick 4 são os velhos e novos personagens apresentados. Além dos ótimos retornos de Ian McShane e Laurence Fishburne; o filme conta com antagonistas bem construídos: Caine de Donnie Yen (“IP Men”) e o assombroso Marques de Grammat, de Bill Skarsgård (“IT: A Coisa”). Somados a isso, também temos: Shamier Anderson (“Passageiro Acidental”) e Hiroyuri Sanada (“Trem-Bala”). Todos subiram o sarrafo pelo interesse nessa produção. Esses papéis eram tão legais que pareciam ter sido arrancados dos mangás e animes. Reeves manteve a sua icônica e relevante atuação.

Se por um lado os textos estiveram ligeiramente bem construídos, a direção e lutas foram superiores aos longas anteriores [Conseguiram!]. Com ótima trilha sonora, som e montagem, “John Wick: Baba Yaga” está alguns degraus acima da média. Redondinha, a trama encerra o arco fomentado em 2014.

Respeitando a sua própria identidade e sem ‘exageros’ que denotam vícios horripilantes, o filme “John Wick: Baba Yaga” supera as expectativas criadas e põe fim aos encerramentos ruins das grandes franquias nos cinemas que se tornaram algo comum. O filme termina grande, maior do que é, com referências importantes e sem perder a sua marca original. E se você ainda tem dúvidas, assista e venha aqui reclamar ou concordar comigo nos comentários…

Viva John Wick, título que revolucionou o cinema de ação nos últimos tempos, servindo de parâmetro e modelo para o futuro!!!

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