Enquanto “O Senhor dos Anéis” e “Game of Thrones” ganharam versões para o cinema e TV simplesmente espetaculares, o mesmo não pode ser dito de “Dungeons & Dragons”, o famoso jogo criado por Gary Gygax e Dave Anelson em 1974, e que nos anos 2000 ganhou uma adaptação sofrível, com direito a astros do quilate do oscarizado Jeremy Irons pagar um dos maiores micos da história do cinema. A franquia (que ganhou ainda mais dois filmes que, foram produzidos para a tv e para o mercado direto de dvds, respectivamente), permaneceu esquecida por muitos anos (e por causa de uma disputa legal entre a Warner e a Hasbro) e agora, em 2023 ela volta aos cinemas com um estilo aventureiro e tremendamente bem humorado… E é exatamente aqui que começam os problemas do longa.
Antes de falar do filme em si, é importante mencionar também que, durante os anos 2000 (época em que saiu o primeiro filme) tivemos retomada dos filmes de super heróis que, a partir dessa época começaram a fazer sucesso de fato e se tornaram uma verdadeira máquina de fazer dinheiro. No entanto, passados mais de 20 anos, o gênero de super-heróis (sim, a quem diga que o filme de herói se tornou um gênero nos dias de hoje) se tornou refém de uma fórmula previsível e cansativa. Principalmente depois que a Marvel se tornou um estúdio de cinema em 2008 (com o primeiro Homem de Ferro) e faturou milhões de dólares em bilheteria com seus filmes cada vez mais formuláicos…
E formuláico é a palavra perfeita pra descrever o novo “Dungeons & Dragons: Honra Entre Ladrões (2023)” que chega aos cinemas mundiais próximo no dia 13 de abril, pois o filme dirigido por John Francis Davey e Jonathan M.Golsdstein, é exatamente isso… Formuláico e que, em nada se difere das aventuras genéricas de super heróis do MCU que pipocam aos montes nas telas de cinema hoje em dia.
A trama do filme é uma bobeira sem tamanho. Uma dupla de ladrões vividos respectivamente por Chris Pine (boboca ao extremo) e Michele Rodrigues (desperdiçada) reúnem bando de aventureiros para recuperar uma relíquia perdida e, paralelamente também a filha de um deles, mas as coisas dão terrivelmente erradas e agora eles tem que lutar pra salvar o reino.
Tudo aqui parece estar no lugar certo… Os cenários são grandiosos, o CGI é operante, o elenco parece estar se divertindo (com destaque pra um divertido e canastrão Hugh Grant, seguramente a melhor coisa do filme) e os personagens estão todos seguindo as suas funções (nós temos aqui o bardo, o ladrão, o feiticeiro, a druida e assim por diante como um clássico jogo de RPG). No entanto, a criação de mundo é extremamente pobre e nem um pouco ousado… É um filme que, definitivamente aposta no seguro pra ser um sucesso. Mas que não é ousado o bastante… Não é desafiador… É só plastificado… Genérico. Até mesmo o figurino não foge do lugar comum.
O roteiro, escrito a seis mãos por Daley, Goldstein e o estreante Michael Gilio, não consegue dar ritmo narrativo para a história que eles pretendiam contar e se perdem em uma sucessão de atropelos e com muitas… Muitas piadinhas, seguindo o padrão estabelecido pelos filmes mais genéricos do MCU. No final das contas, “Dungeons & Dragons: Honra Entre Ladrões” procura a todo custo permanecer na sua zona de conforto e nos entrega um filme sem paixão e extremamente insosso… Divertidinho…e só!!
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O filme é uma associação entre a Paramount Pictures com a eOne e tem direção de Jonathan Goldstein e John Francis Daley, roteiristas de “Homem Aranha: De Volta ao Lar”. A produção-executiva é assinada por Jeremy Latcham, conhecido por seu trabalho nos filmes “Os Vingadores”, “Homem de Ferro” e “Guardiões da Galáxia”. A aventura chega aos cinemas em 13 de abril.