A expectativa sobre um live-action Disney que outrora foi uma animação de sucesso é gigante. Nem todos topam o desafio e isso ocorre por vários motivos: Número 1 – Nem sempre dá para adaptar aquele mundo numa outra mídia/plataformas. 2 – As comparações feitas por mudanças de tom ou de personagens podem ocasionar certo desconforto ao fandom [o novo quase sempre é um problema aqui] e 3, as dificuldades inerentes ao construir um produto cinematográfico. E mesmo assim, o estúdio insiste no negócio vislumbrando o viés financeiro. Ou seja, não é um trabalho dos mais fáceis. Agora, dobre a responsabilidade quando o assunto é uma das princesas mais amadas da ‘Casa Mickey Mouse’, Ariel. Pois bem, estamos diante de “A Pequena Sereia”. Vamos a análise?! Vamos observar se o filme foi ou não bom?!
A história todos sabem. Uma jovem sereia e princesa que mora no palácio submarino governado por seu pai Tritão, sonha em conhecer o mundo dos homens. No entanto, para seguir com esse desejo e conhecer o amor verdadeiro, ela terá que encarar uma jornada atribulada e enfrentar a sua tia má, Úrsula. E o longa que estreia nesta quinta-feira (25) não fugiu desses limites textuais, pelo contrário, aprofundou ainda mais os seus personagens entorno da trama, dando dramaticidade as coisas. O que soará ao público que cresceu assistindo Ariel e Cia. como uma grata homenagem dos roteiristas Jane Goldman e David Magee.
Bem dirigido por Rob Marshall (“Chicago”; “O Retorno de Mary Poppins”), “A Pequena Sereia” é superdivertido. O elementos que tornam a animação Disney uma delícia de se ver, de se acompanhar, estão lá. Marshall não poupou em tornar tudo muito colorido, e ao mesmo tempo tão equilibrado. O universo aquático criado por ele aqui é belíssimo, respeitável, vibrante. Ao lado de Lin-Manuel Miranda (“Hamilton”), responsável pela trilha sonora e músicas composta, a trama tornou-se saudosista, intensa e apaixonante. A organização de ideias, contexto e musica aqui caíram muito bem.
Porém, para o produto dar certo, Marshall precisaria bem mais que impor a tecnicidade que aprendeu ao longo dos anos, precisaria de um elenco coeso e firme. Na esteira dos mais experientes, temos: Javier Bardem (“Onde Os Fracos Não Tem Vez”) e Melissa McCarthy (“As Bem-Armadas”) não ‘deixaram a peteca cair’, entregando boas atuações quando utilizados.
Quanto aos mais jovens, a dupla protagonista Jonah Hauer-King e Halle Bailey, no geral foram “quimicamente” perfeitos. O primeiro tornou-se um Príncipe Eric interessante. Bem mais razoável que o da animação clássica. Já a segunda, dedicaremos um outro parágrafo para falar exclusivamente dela.
Quando o live-action foi anunciado lá trás, o público estava na expectativa de quem seria a princesa Disney. Muitos nomes foram ventilados, mas o escolhido foi o de Bailey para a surpresa todos. A proposta em trazer a diversidade aquele universo estava sendo colocado em prática e uma polêmica desnecessária foi criada. A jovem atriz e a produção do filme, logo, foram atacadas por comentários racistas e sem fundamento algum. Halle, por outro lado, não deixou-se cair nas inúmeras provocações [crimes, na realidade] e oportunizou a nós, amantes do cinema, um espetáculo a parte. Ela tinha por obrigação roubar todas as cenas em que a Ariel se encontrava, e fez com brilhantismo e muita personalidade. A resposta dada por ela aos ‘sepulcros caiados’ foi surreal. Seja interpretando ou cantando, ou realizando as duas coisas ao mesmo tempo.
Quando olhamos para o desafio que é criar algo baseado nas memorias afetivas de outras pessoas, como foi a nova “A Pequena Sereia”, logo devemos valorizar o trabalho de toda equipe aqui. O filme é ligeiramente bom e cumpriu na integra a sua missão. Ele não só respeita o material, como tenta colocar as suas próprias ideias na mesa. É perfeito? Não! Mas é bem construído, desenhado e deve ser um sucesso de público e crítica facilmente.
Classificação:
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