O próximo capitulo de “Velozes & Furiosos” chegará as telonas amanhã (18), é claro que para os fãs da franquia existe um contentamento indescritível pela nova abordagem do cinema ‘graxa, mulheres e testosterona’, mas a saga encabeçada por Vin Diesel dá outros sinais talvez até bem mais alarmantes, o aparente desgaste da fórmula e conteúdo.

Não basta romper as leis da física [ou para quem acredita nela], a franquia de sucesso da Universal Pictures vem perdendo a qualidade cinematográfica paulatinamente, episódio a episódio, numa busca quase incessante pelo ridículo. Com um discurso batido de família, diga-se de passagem, a família deles, “Velozes & Furiosos 10” vem esbarrando em becos e vielas sem saída.

A nossa história não é muito diferente dos filmes anteriores: O passado que volta para assombrar a equipe de Dom Toretto (Diesel) ou a missão que só possível pelas manobras de ‘kart’. Isso tudo se repete aqui [como diria meus amigos do Siri, ‘nada de novo no front’]. Porém, o trabalho de Louis Leterrier (“Carga Explosiva”; “Fúria de Titãs”) é super questionável. Além de trazer um roteiro quase estúpido, de tão ruim que é, as cenas de ação que eram o alicerce da franquia não impactam em nada o espectador nessa sequencia [será que não vimos tudo?!]. Ou seja, é uma mistura nada homogênea de loucuras sobre rodas.

E falando sobre o texto, confesso que quem o redigiu – Justin Lin e Dan Mazeau -, provavelmente estava pouco inspirado. Parecia um roteiro de um garoto que gostaria de ver em tela todas as referências possíveis da franquia – foi basicamente isso que aconteceu -, pois o longa da Universal viveu a base delas, seja na inserção de personagens novos ou velhos [e isso nunca é bom, os easter egg’s podem está ali, mas nunca uma produção viver a base disso].

Resoluções simples e sem muita ‘caneta estrutural’ permearam toda a trama. Para endossar ainda mais esse argumento, trago a memória dois casos: Primeiro a débil conclusão de uma rivalidade antiga que se arrastava por filmes entre as personagens Michelle Rodriguez, a Letty Ortiz, e Charlize Theron, a Cipher. Depois, a inserção bem mixuruca do vilão caótico e quase esquecível de Jason Momoa – não aprofundaram bem o seu caráter, apenas jogaram as informações do quão desregulado mentalmente ele seria, e ponto.

Saliento também que as conexões entre os três atos do filme são falhas, os diálogos são pobres e a conclusão é quase um atentado intelectual ao espectador.

Tá… Mas a franquia não tinha esse apelo todo. Verdade! No entanto, ao invés dela evoluir, ou quem sabe manter o nível de entretenimento, “Velozes & Furiosos 10” aprofundou, ainda mais, as mazelas pré-existentes [Talvez, você, caro leitor, ache as minhas palavras duras e se farte de tudo que está na tela, mas a minha função aqui é escancarar os problemas ou as qualidades de uma produção qualquer].

Se o roteiro é frágil, é claro que as atuações ficam extremamente comprometidas. Destaco, também, que a inabilidade de contar a história em si – grupos distantes um do outro – levaram as atuações para o canto ainda mais baixo.

Nos quesito técnicos, a trama também não surpreende, não encanta. Para quem estava acostumado em ver cenas de ação ‘tirar o fôlego’, pôde observar nada de novo. O CGI nem sempre funcionou e a trilha sonora, edição e som não impactaram dessa vez. Ahh! O passeio pelo Brasil é quase esquecível [designer de produção superestimado] – utilizaram artistas portugueses para falar o ‘brasilês’?! Não dá pra aceitar isso de bom grado, soa até preconceituoso.

Diante dos fatos, não tem como ‘passar pano’ para o décimo filme da franquia “Velozes & Furiosos”, que respira sucesso de público graças ao entretimento exagerado que propõe. Além dos vários problemas apontados aqui, ele, como produto, não se sustenta. Como filme, ele não respeita as várias diretrizes do cinema.

Portanto, fica claro que não deve ganhar uma boa nota da minha parte, principalmente pela costumeira impressão que qualquer coisa basta para o público. Por fim, desejo que a saga  compreenda que a linha de chegada já ficou lá trás e aceitar, com dignidade, o fim.

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