Minhas Aventuras com o Superman – 1ª Temporada (2023) | Crítica

Todo projeto a longo prazo, em algum momento, deve passar por intervenções e reinvenções – no plural mesmo. Com o maior símbolo da DC Entertainment, “Superman” de Jerry Siegel e Joe Shuster, não é diferente.

Ao completar 90 anos de existência, o mais amado personagem dos quadrinhos precisa está apto para uma nova geração, e a série animada “Minhas Aventuras com o Superman”, da HBO max, tem essa importante função. Mas será que o programa cumpre bem a sua missão?

É claro que toda mudança ocasiona desconforto. Haverá aqueles que concordem ou discordem dos rumos do querido personagem, porém, no geral, é impossível não sentir a essência do novo Superman em voga.

A trama não é tão semelhante aos renascimentos anteriores do Homem de Aço, não fica claro o motivo por detrás do envio de Kal-El à Terra. A animação deixa passar até passar a impressão que os Kryptonianos eram uma raça pungente em cultura e armamento bélico, com uma missão quase única: Conquistar novos mundos. E o nosso planetinha parece fazer parte dessa missão. Porém, como esperado, Clark tem uma criação amorosa e tudo isso fica no plano das ideias de Jor-El, pai biológico do Superman. Mas, o que não impede de afetar o protagonista. E essa busca por si próprio, beirando uma dicotomia sem fim, será o alicerce o programa.

É muito interessante, por exemplo, a forma como o desenho aborda esse bendito descobrimento do super-herói e seus poderes na animação [algo extremamente assertivo].

Os criadores do programa, Jake Wyatt e Josephine Campbell também não perdem tempo sobre os amigos mais próximos do Superman descobrirem ou não a sua identidade ‘secreta’. Aliás, essa nova construção tem muito mais acertos que erros. E o legal disso tudo é que a essência do personagem ainda está lá. E se quiser saber mais, é só assistir, pois não darei mais spoiler, kkk… [risos].

Quanto a parte técnica, a série animada funciona como se anime fosse. O que é muito bem-vindo. Os traços são belíssimos. Não deixam a desejar a nenhum outro produto anterior, pelo contrário aborda o diferente “bom” lado das coisas.

Porém, nem todas as decisões sobre “Minhas Aventuras com o Superman” são acertadas. O roteiro não foi espetacular, nem tudo se encaixou da melhor maneira possível, como por exemplo os arcos sobre a “Força Tarefa X” e a equipe de criminosos da intergangue [Os erros sobre os arcos satélites foram sentidos, apesar não tirarem o brilho dessa nova releitura].

Mas respondendo a pergunta principal do texto: Se vale a pena ou não em acompanhar as “Minhas Aventuras com o Superman”? Eu diria que sim. É plausível, legal e deliciosa para se ver. Muita coisa, inclusive, poderia ser reaproveitada por James Gunn em “Legacy”. O programa animado cumpre bem a sua missão, se reinventando, apresentando o novo a um público novo e explorando lugares ainda inóspitos e, sinceramente, espero que venha mais por aí.

Classificação:

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