Oldboy (2005) | SiriRetrô

O maior medo que um filme pode ter não é ser ruim e sim, envelhecer como vinagre. Conversar com sua época é interessante, mas quando a conversa existe de forma muito intensa faz com que o filme fique datado logo um pouco depois do seu lançamento.

“OldBoy”, felizmente, envelheceu feito vinho. Assistir 20 anos depois a obra que colocou Park Chan-wook no mapa dos cinéfilos é um exercício interessante de se ter. As questões que surgem tanto na narrativa quanto na mise en scene do filme sul-coreano conversam bastante com o momento que nos encontramos agora no mundo e no cinema.

Acompanhamos um homem que quer se vingar do seu algoz que o deixou preso por 15 anos. Sua busca é para saber quem o prendeu e também o motivo.

Assim como a manjada jornada do herói (só que ao avesso do que nosso imaginario coletivo entende como heroísmo), o que importa aqui é o caminho que nosso protagonista desbrava em busca da verdade. A direção de Chan-wook é moderna quando se aproveita das novidades do digital para fazer uma ode ao classicismo do cinema. É um dos poucos filmes que consegue ser inventivo quando ao mesmo tempo se mantém tradicional.

A cultura de cinema asiática é um deleite a parte pois sabe como direcionar a audiência para uma suspensão de descrença que a cultura ocidental dificilmente conseguiria fazer prosseguir em uma narrativa sem soar rocambolesco. 

O final é satisfatório por diversos motivos. O mais gratificante para a audiência é entender as nuances das motivações de todos os envolvidos na história. Talvez seja maniqueísta e existam mocinhos e vilões, mas essa é a última das preocupações de Park Chan-wook, que está totalmente disposto a mostrar as consequências que uma alma destroçada por traumas está disposta a fazer.

Um filme que definiu seu tempo. “OldBoy” é um dos melhores filmes dos anos 2000, e essa revisita no cinema é um achado obrigatório para todo cinéfilo. E inveja daqueles que vão assistir esse filme pela primeira vez, é uma experiência inesquecível. Corra pro cinema!

Classificação:

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• Águia de Fogo (1984)
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Sempre as segundas-feiras, trazemos uma crítica/artigo sobre as produções que marcaram gerações.